sábado, 24 de dezembro de 2011

Transposição terá novos valores

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

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domingo, 27 de novembro de 2011

Transposição do Velho Chico quase parada


domingo, 27 de novembro de 2011



Transposição do Velho Chico quase parada

Fonte: Tribuna da Bahia 24/11/2011 01:20 
Nelson Rocha - REPÓRTER 

Em dezembro de 2007, o bispo dom Luiz Flávio Cappio, 65, de Barra, interior baiano, fez greve de fome contra o projeto da transposição das águas do rio São Francisco. Dois anos antes, o religioso passou onze dias sem comer pelo mesmo motivo. Ele condicionava o fim da greve de fome à paralisação da obra e arquivamento do projeto que transfigura o Velho Chico e defendia a revitalização do rio e o convívio do sertanejo com a seca. O governo afirmou que não iria paralisar a obra, avaliada em R$ 6 bilhões. Alegou que a transposição beneficiará 12 milhões de pessoas.

Agora, mais uma voz se faz ouvir pelo mesmo motivo: a do engenheiro civil Manoel Bonfim Ribeiro, ex diretor do Departamento Nacional de Obras Contra Seca (DNOCS), que na terça-feira, pela manhã, fez uma palestra na Associação Bahiana de Imprensa (ABI), a convite do presidente da casa Walter Pinheiro, apontando erros e acertos da maior obra do Programa Aceleração do Crescimento (PAC). “O projeto da transposição do rio São Francisco, para o semi-árido brasileiro, está devagar quase parando”, disse na oportunidade. “Isto se deve, naturalmente, a falta de entusiasmo da sociedade. 

As obras foram licitadas, começaram realmente os trabalhos, mas ocorre que o pessoal da região não luta com garra pela transposição por que ela é desnecessária. Não só para o meu conceito, mas para o conceito da própria sociedade. Nós temos uma rede de açudes fantástica na região. São mais de 70 mil açudes, muitos primorosos, todos oficiosos. O que é preciso é dar funcionalidade a estes açudes”, declarou, acrescentando: “As obras da Copa vão acontecer porque a sociedade está acompanhando e o evento é empolgante. A obra do São Francisco é no interior, longe dos olhos de todos. Ninguém toma conhecimento do que está se passando”. 

O canal do rio São Francisco tem 720 km de extensão a partir de Cabrobó, interior de Pernambuco. Ao longo do trecho há rachaduras, placas soltas, mato expandindo-se, vacas pastando em torno da obra, tudo exposto inclusive na internet. Nada, porém, comparável ao acidente que fechou o túnel Cuncas, na divisa do estado da Paraíba com o Ceará, de 15 kms, em fase de construção e o maior do mundo para a travessia de água. 

“Mas já estão abrindo. Um acidente que ocorre em qualquer obra desta natureza. Acontece que a parte física da obra deveria estar mais avançada. O problema é a importância sócio-econômica da obra. Nós estamos construindo essa obra pra que? Ao que ela vai servir?”, questiona o engenheiro piauiense Manoel Bonfim. “Nós temos água com fartura no Nordeste. São 40 bilhões de metros cúbicos de água armazenados. Nós não precisamos das águas do São Francisco pra coisíssima nenhuma”, afirma o engenheiro que considera a obra em questão, desprovida de significado. “Ela não vai mitigar a sede do nordestino. Aliás, se fosse pela obra o nordestino já teria morrido de sede”, disse à Tribuna. 

Ainda faltam construir 27 aquedutos na obra que, conforme o engenheiro Manoel Bonfim, só avançou em torno de 15% em três anos. “Não se faz uma obra desta da noite para o dia". Pela sua magnitude ela vai demorar muitos anos para ser construída. Não se faz em menos de dez anos”, prevê. Quanto ao olhar do nativo diante da transposição do rio São Francisco, o engenheiro diz perceber que este “se sente incomodado. Ele tem água. Claro que mais água, melhor, isto em qualquer lugar do mundo. Mas isto não quer dizer que o nordestino esteja premente de água, senão não irá sobreviver. Não existe isto. Ele tem a vida dele equacionada, com o seu açude”. 

Sistema de adutores 

Se tivesse a oportunidade de conversar com a presidente Dilma Rousseff, o engenheiro Manuel Bonfim diz que pediria a ela que parasse imediatamente com a obra da transposição. “Em qualquer estágio que a obra parar é lucro. É uma obra que não vai funcionar. O que falta é um sistema de adutores interligando os açudes e levando água às diversas comunidades. Foram construídos e estão lá apenas recebendo a luz do sol e sendo evaporados”, concluiu. 

A transposição do rio São Francisco prevê o desvio de até 26 mil litros de água por segundo, do rio para canais e leitos secos nos Estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. A obra, com 16 frentes de trabalho, 14 com grupos privados e 2 com o Exército, aliás, as únicas que seguem trabalhando. Com o risco de se transformar numa “transamazônica”, a estrada que não chegou ao fim, o projeto do governo federal desperta a posição contrária da oposição. 

Recentemente o presidente estadual do Democratas, José Carlos Aleluia, evitou falar sobre os recursos anunciados pela presidente Dilma Rousseff para a segunda etapa do metrô de Salvador, mas fez o seguinte comentário: “Espero que o metrô não tenha o mesmo destino da transposição do rio São Francisco que no futuro será vista como uma obra incompreensível e misteriosa”. 

De acordo com um levantamento do Ministério da Integração Nacional, dos lotes executados pela iniciativa privada através de consórcios de empreiteiras, oito estão em ritmo adequado ou lento, enquanto cinco lotes encontram-se paralisados. 

O titular da pasta, ministro Fernando Bezerra Coelho, ao fazer um balanço recente das obras da Transposição do rio São Francisco, denominado pelo governo federal de Projeto de Integração de Bacias do Rio São Francisco, comentou: “Depois das hidroelétricas, a obra da Transposição é a maior do PAC. Uma obra complexa, com muitas frentes de serviço. Cada contrato exige um processo de negociação difícil. Este ano nos dedicamos à revisão dos preços dos contratos, que foram feitos entre 2006 e 2007”, revelou. 

Conforme o ministro da Integração Nacional, as metas acordadas com a presidente Dilma Rousseff em agosto deste ano estão mantidas, com lançamento do protótipo da transposição no último trimestre do próximo ano; entrega do Eixo Leste até o fim de 2014 e finalização do Eixo até o fim de 2015.

Obra da transposição devagar quase parando

quarta-feira, 23 de novembro de 2011


Obras de revitalização do rio São Francisco receberão R$ 2,5 bi em investimentos

22/11/2011 18:59 - Portal Brasil
O Projeto de Revitalização das Bacias do São Francisco e Parnaíba contará com investimentos da ordem de R$ 2,5 bilhões até 2014. O anúncio foi feito durante a apresentação do segundo balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC2), nesta terça-feira (22), no auditório do Itamaraty, em Brasília.
Desenvolvido simultaneamente ao Projeto de Integração do rio São Francisco, o Projeto de Revitalização realizou 23 obras de esgotamento sanitário e de recuperação e controle de processos erosivos. Outras 84 estão em andamento. Ao todo, 234 ações estão previstas nas bacias dos dois rios.
De acordo com o balanço do PAC, a revitalização recebeu investimentos de R$ 1, 284 bilhão entre 2007 e 2010, e estão previsto mais R$ 1,256 bilhão de 2011 a 2014. O projeto é executado pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), vinculada ao Ministério da Integração Nacional.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Alagoas Net

10/11/2011 - 14h18min Atualizada em 10/11/2011 - 14h18min
  
TAMANHO DA FONTE
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Piscicultores familiares do Baixo São Francisco recebem assistência técnica do Ceraqua São Francisco

por Ascom/Codevasf

Uma equipe multidisciplinar formada por técnicos do Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Itiúba (Ceraqua São Francisco) realiza desde 2010 um trabalho de assistência técnica e extensão rural (ATER) na área de qualidade de água com piscicultores familiares do Perímetro Irrigado do Itiúba, situado no município de Porto Real do Colégio, Baixo São Francisco alagoano. A equipe multidisciplinar é formada por engenheiros de pesca, biólogo, técnico em aquicultura, químicos e médico veterinário com atuação no Ceraqua São Francisco, centro tecnológico da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

De acordo como o engenheiro de pesca Álvaro Albuquerque, chefe do Ceraqua São Francisco, uma parte representativa dos agricultores irrigantes do Perímetro do Itiúba desenvolve atividades em piscicultura paralelas às atividades agrícolas tradicionais, como o plantio do arroz. No entanto, eles não possuíam conhecimento suficiente para o desenvolvimento das atividades piscícolas. 
“Como centro produtor de tecnologia de referência nas áreas de aquicultura e recursos pesqueiros, temos o papel, dentro da cadeia produtiva da piscicultura, de levar o conhecimento produzido aos piscicultores da região. Essa é uma das missões do Ceraqua São Francisco, promover a revitalização da bacia hidrográfica do rio São Francisco, o que também significa a inclusão produtiva das populações da região da bacia do 'Velho Chico' a partir de assistência técnica especializada”, explicou o chefe do Ceraqua São Francisco.

Segundo Albuquerque, o trabalho de assistência técnica consiste no levantamento de dados e informações sobre os parâmetros físicos e químicos das águas dos viveiros escavados utilizados pelos piscicultores para criação de peixes. Ao final do cultivo, a equipe multidisciplinar realiza a identificação de dados sobre a produção de pescado com informações como a data de povoamento dos viveiros, as espécies cultivadas, o tempo de criação e a quantidade produzida no momento da despesca. A avaliação desses dados permitem que a equipe do Ceraqua São Francisco possa corrigir possíveis distorções que prejudicam os cultivos de peixes. 
Para medir a qualidade da água em viveiros de criação de peixes, os técnicos do Ceraqua São Francisco utilizam diversas variáveis, a exemplo da quantidade de oxigênio dissolvido na água, pH, dióxido de carbono livre, alcalinidade total, dureza, condutividade elétrica, temperatura, transparência, nutrientes, abundância de plâncton, dentre outros. 

Para o engenheiro de pesca, as informações sobre a qualidade da água são fundamentais para que o piscicultor possa conhecer o nível de sobrevivência, crescimento, produção ou manejo de peixes em seus cultivos. Ele ainda acrescenta que, na implantação de qualquer sistema de criação de peixes, torna-se importante a avaliação quantitativa e qualitativa da água utilizada, o que possibilitará ao piscicultor tomar a melhor decisão sobre o manejo empregado no negócio aquícola. 

As espécies mais cultivadas pelos piscicultores familiares do Perímetro do Itiúba são o tambaqui, a tilápia e o curimatã-pacu, espécies de alta linhagem genética produzidas pelo Ceraqua São Francisco a partir de alevinos selecionados. Isso tem permitido melhores resultados de produção por parte dos piscicultores familiares. 

Os técnicos do Ceraqua São Francisco também identificaram a necessidade de adequação do manejo em alguns cultivos de peixes no Perímetro de Itiúba. “Presenciamos cultivos nos quais os piscicultores precisam se inteirar das recomendações da equipe de ATER. Observando-se isso, eles poderão obter melhores resultados dos cultivos com redução de custos e aumento da produção, resultando no aumento da renda familiar para o pequeno empreendedor aquícola do Baixo São Francisco alagoano”, concluiu Álvaro Albuquerque. 

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Aniversário do Rio São Francisco


Arrastão de limpeza do rio São Francisco e gincana ambiental abrem comemorações dos 510 anos do “Velho Chico”

imageArrastão de limpeza do São Francisco abriu as comemorações em Penedo

Trezentos e quarenta e seis quilos de lixo foi o saldo do “Arrastão de Limpeza das Água do Baixo São Francisco” realizado no rio São Francisco por voluntários no primeiro dia das comemorações, em Penedo (AL), pelos 510 anos de descoberta do “Velho Chico” nesta segunda-feira, 03 de outubro. Os estudantes também fizeram a festa durante a gincana ambiental realizada pelo Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL) na orla fluvial da cidade polo das comemorações no Baixo São Francisco. Nessa terça-feira, 04 de outubro, as atividades comemorativas seguem com a realização de plantio de árvores nativas, peixamento com inserção de 600 mil peixes nativos em Penedo e Piaçabuçu, apresentações culturais e uma abraço coletivo ao rio da Integração Nacional.

A primeira atividade foi o arrastão de limpeza do rio São Francisco que reuniu, no período da manhã desta segunda (03), dezenas de voluntários, entre estudantes, professores e população em geral. Equipados com luvas de proteção para evitar a contaminação por microrganismos e com sacolas de lixo, o grupo percorreu o trecho entre o porto das balsas e a prainha fluvial em Penedo e o resultado foi bem preocupante, de acordo com o biólogo Cláudio Buia, professor do curso de Engenharia de Pesca da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e articulador da atividade. “Esse ano, conseguimos retirar 346 kg de lixo. A maioria do material é formado por embalagens plásticas, muitas de alimentos, que poderiam ser recicladas, mas que são despejadas na areia ou nas águas do São Francisco”, declarou.

No entanto, Buia sentiu-se recompensado pelo trabalho, pois, segundo ele, o número de voluntários e, consequentemente, a quantidade de lixo retirado do rio São Francisco foi o dobro da registrada na último arrastão de limpeza do “Velho Chico” articulado pelo professor da Ufal no ano passado, em comemoração ao Dia Mundial do Turismo, o Ano da Biodiversidade e o Dia Internacional de Limpeza das Praias.

Um grupo de jovens integrantes da ONG Clube dos Defensores da Natureza de Igreja Nova, com sede no município ribeirinho de mesmo nome, participou das atividades do primeiro dia do “São Francisco Vive”. “Já desenvolvemos estas atividades em nosso município. O que queremos agora é incentivar que a população de outras cidades como Penedo possa fazer a sua parte, mantendo a limpeza do rio, promovendo consciência ecológica para revitalização nosso São Francisco”, explicou Ronaldo dos Santos, um dos integrantes da ONG que desenvolve projetos de educação ambiental com moradores dos povoados Fazenda Nova, Cotovelo e Capim Grosso em Igreja Nova, Baixo São Francisco alagoano.

GINCANA AMBIENTAL
Durante toda a segunda (03), estudante e professores de escolas públicas e particulares de Penedo participaram de uma gincana ambiental promovida pelo IMA/AL. De acordo com Fernando Veras, diretor de desenvolvimento e pesquisa do instituto, a gincana foi criada pelo próprio IMA/AL para atividades de educação ambiental.

As atividades da gincana são divididas em duas etapas: na primeira, no primeiro contato com as escolas, são distribuídas tarefas prévias, como trazer chapas de raio X, óleo de cozinha usado e garrafas PET, que contarão pontos para as equipes que conseguirem cumprir; na segunda etapa, são realizados jogos educativos criados pelo IMA/AL, como um que ensina sobre o uso racional da água, outro com o título “Conhecendo Nossos Animais”, que trata da fauna alagoana, e um terceiro que orienta de forma lúdica sobre a coleta seletiva de lixo. Também foram realizadas duas oficinas demonstrativas, uma de confecção de sabão ecológico a partir do óleo de cozinha usado e outra de confecção de brinquedos e decoração com material reciclado.

04 DE OUTUBRO – ANIVERSÁRIO DE DESCOBERTA DO SÃO FRANCISCO
Amanhã, 04 de outubro, dia do aniversário de descoberta do rio São Francisco, terão continuidade as atividades comemorativas. Estão programados um plantio de árvores das espécies Craibeira, Catingueira, Mororó, Pau-de-Teiú e Pau-Brasil às margens do “Velho Chico” em Penedo, peixamentos realizados pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), que irá inserir 600 mil peixes nativos da bacia em dois trechos do rio, um em Penedo e outro em Piaçabuçu, e apresentações culturais e artísticas, como o Toré da tribo Kariri Xocó de Porto Real do Colégio e a encenação teatral e musical “A Velha e o Cantador”, com a participação de Vavá Cunha, parceiro de Geraldo Azevedo. A programação será finalizada com um abraço coletivo ao rio São Francisco.
O “São Francisco Vive” é uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e em Alagoas conta com o apoio e participação do Ministério da Integração Nacional, por meio da Codevasf, Ministério da Cultura, por meio da Funarte e do Iphan, Ministério da Saúde, por meio da Funasa, Ministério das Cidades, IBAMA, FUNAI, Agência Nacional de Águas (ANA), prefeituras de Penedo,Igreja Nova e Porto Real do Colégio, Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) e do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL) e ONGs ambientalistas.


Educação ambiental nas comemorações do aniversário de 510 anos do Velho Chico


Publicado por Redação em 03/10/2011 as 16:58


O Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL) participa, hoje e amanhã (04), no município de Penedo, das comemorações do aniversário de 510 anos de descobrimento do Rio São Francisco, com representantes dos governos estadual e federal. A previsão é envolver centenas de ribeirinhos – entre crianças, jovens e adultos – em gincana, oficina e exposições.

Amanhã (04) serão erguidas duas tendas para apresentações e exposições da Diretoria de Unidades de Conservação (Diruc) e do Herbário – com amostras de espécies da flora, inclusive algumas que farão parte do plantio simbólico organizado pela Companha de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), como a Craibeira e a Catingueira.

Para a população é um importante momento porque em Alagoas existem apenas dois Herbários: o da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e o do IMA, que faz parte do Index Herbariorum, o índice dos herbários no mundo e está cadastrado no Ministério do Meio Ambiente (MMA) como fiel depositário – responsável por abrigar espécies novas encontradas pela população.

A Gerência de Educação Ambiental, da Diretoria de Educação e Pesquisa (Didep) realiza mais uma etapa do projeto Educando para Preservar o Velho Chico. Serão montadas estruturas com os jogos educativos, além da oficina para ensinar a população a reaproveitar o óleo usado na cozinha para produção de sabão. O projeto é uma iniciativa que acontece em comunidades de municípios ribeirinhos alagoanos. Até agora já foi desenvolvido em Delmiro Gouveia, Olho D’água do Casado, Piranhas e Belo Monte.

Hoje (03), durante todo o dia, a Didep, realiza gincana no centro de Penedo. A estimativa é que pelo menos 400 pessoas participem das brincadeiras que estimulam a conscientização para preservação do meio ambiente.

As atividades estão inseridas na programação dos Ministérios do Meio Ambiente (MMA) e da Integração (MI), através da Codevasf. Conta ainda com peixamento no rio e ato público. O tema é a revitalização e recebeu o nome de São Francisco Vive. Participam ainda a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), o Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF), o Ministério da Cultura e Organizações Não Governamentais (ONGs).
Assessoriia do IMA/AL


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Energia Nuclear: Insensata opção


Energia Nuclear: Insensata opção

 
Muito se tem falado e escrito pró e contra a opção do governo Lula/Dilma em reativar o Programa Nuclear, implicando assim na instalação de centrais nucleares no território brasileiro.

Os defensores desta tecnologia, identificados com setores da burocracia estatal, militares, membros da academia, grupos empresariais (empreiteiras e construtores de equipamentos), julgam que o Brasil não deve prescindir desta fonte de energia elétrica para atender a demanda futura, alegam ser vantajosa por ser barata e “limpa” por não emitir gases de efeito estufa. Afirmam não ser possível acompanhar o desenvolvimento científico-tecnológico, caso não se construa usinas nucleares. E por outro lado, minimizam o recente desastre ocorrido no complexo de Fukushima Daiichi, garantindo riscos mínimos, e mesmo a ausência deles, nas instalações brasileiras.

A primeira vista tais argumentos pareceria convincente, e poderiam até confundir os mais neófitos e menos desavisados cidadãos e cidadãs, que desejam o melhor para o país e para sua população. Mas a verdade dos fatos tem revelado que a opção pela energia nuclear atende somente a interesses inconfessáveis de alguns, em detrimento dos interesses da ampla maioria, resultando em mais problemas do que soluções.

É preciso entender de uma vez por todas, a grande vantagem comparativa do Brasil por possuir uma diversidade e abundância de fontes energéticas renováveis que não são encontradas em nenhuma parte do mundo, e que podem pela tecnologia atual, atender as necessidades energéticas atuais e futuras do país. Estas sim, desde que utilizadas de forma sustentável, podem contribuir para uma sociedade descarbonizada.

Afirmar que as usinas nucleares não emitem gases de efeito estufa é uma meia verdade. É certo que quando em funcionamento as usinas núcleo elétricas emitem desprezíveis quantidades destes gases. Mas lembremos que as centrais não funcionam sem o combustível nuclear. E este para ser obtido, passa por etapas e operações que são conhecidas como “ciclo do combustível nuclear”, que vão desde a extração do minério radioativo, sua concentração, enriquecimento, preparação das pastilhas de combustível, seu uso na usina na geração de eletricidade, armazenagem do lixo radioativo produzido e o descomissionamento da usina, depois de atender sua vida útil. Em todas estas etapas e operações a produção de gases de efeito estufa é importante, e a quantidade varia muito em função da metodologia empregada para calcular, de 60 a 400 gCO2/kWh, como relatado por inúmeras publicações científicas. Por si só esta grande variação merece explicações e estudos mais conclusivos.

Relacionar a necessidade de instalação de usinas nucleares no país como sendo fundamental e imprescindível para acompanhar o desenvolvimento científico tecnológico na área nuclear é uma justificativa completamente fantasiosa, irreal e agride o bom senso. Ao invés de investir 10 bilhões de reais na construção de uma única usina, com baixo índice de nacionalização de seus componentes, poderia se construir reatores multi-propósito por 1 bilhão de reais cada unidade. Seriam muito mais úteis ao desenvolvimento e a soberania do país.

Minimizar os riscos das instalações nucleares é um atentado a inteligência de qualquer pessoa. Mesmo não divulgados são freqüentes os vazamentos de materiais radioativos e problemas que ocorrem nos 442 usinas nucleares espalhadas em 29 países. Os desastres mais significativos nos últimos 20 anos, de Thernobyl, Three Mille Island e de Fukushima Daiichi, foram suficientes para alertar o mundo de quão é perigosa e dos riscos à vida que oferecem estas instalações.

E finalmente, os custos da energia elétrica produzida pelas usinas nucleares são mais caros que outras fontes, como a eólica e a hidráulica, e comparados ao das termoelétricas. Além de necessitarem de subsídios públicos, ou seja, repasse de enormes recursos financeiros do tesouro nacional disponibilizados para esta tecnologia; que acabam dificultando que investimentos sejam realizados em outras fontes energéticas como a solar, eólica, biomassa, pequenas centrais hidroelétricas, e no aproveitamento dos recursos energéticos encontrados nos oceanos. É certo também que com as novas regras de segurança impostas pós Fukushima, ainda mais caro ficará o custo da eletricidade nuclear.

Uma pergunta que não quer calar, diz respeito à negativa de muitas seguradoras em cobrir os acidentes nucleares, que em muitos países essa cobertura é atribuída ao Governo Federal. Se as companhias de seguro, especialistas em estimar os perigos de acidentes, não desejam arriscar seu dinheiro, por que se devem obrigar as pessoas a arriscarem suas vidas?

No mínimo é insensata esta opção energética adotada pelo governo brasileiro, que deve ser mais discutida com transparência. Daí estar junto à imensa maioria da população que tem se manifestado contrária a construção de usinas nucleares em território nacional, fortalecendo o coro: Energia nuclear? Não obrigado.

Heitor Scalambrini Costa é Professor da Universidade Federal de Pernambuco
Publicado originalmente no Ecodebate em 08/08/2011

sábado, 9 de julho de 2011

Integração Nacional libera R$ 85 milhões para revitalização do rio São Francisco — EcoDesenvolvimento - Sustentabilidade, Meio Ambiente, Economia, Sociedade e Mudanças Climáticas.

Integração Nacional libera R$ 85 milhões para revitalização do rio São Francisco — EcoDesenvolvimento - Sustentabilidade, Meio Ambiente, Economia, Sociedade e Mudanças Climáticas.

Transposição em Alagoas

Pronta, transposição do São Francisco em Alagoas não funciona
A previsão é que a operação do Canal do Sertão, que já teve investimento de R$ 400 milhões, se inicie até o final deste ano



Folha.com
SÍLVIA FREIRE
DE SÃO PAULO

Um canal com 45 km de extensão e capacidade para transportar água do rio São Francisco através da região mais seca do sertão de Alagoas está pronto desde o final de 2010.

A entrada em funcionamento, porém, depende da implantação de um sistema de irrigação que leva água aos lotes e da construção de uma subestação de energia.

A previsão é que a operação do Canal do Sertão, que já teve investimento de R$ 400 milhões, se inicie até o final deste ano.

Quando os primeiros 45 km do canal estiverem em funcionamento, irão beneficiar diretamente 470 pequenos produtores de cabras e ovelhas do sertão. A área irrigada será de 3.200 hectares.

Segundo o governo do Estado, que gerencia a execução da obra, a implantação do sistema de irrigação (cujo custo é de R$ 45 milhões) estava incluída em um segundo contrato que só começou a ser executado agora.

O secretário da Infraestrutura, Marco Fireman, disse que dois problemas emperraram a execução do contrato: a falta de dinheiro do governo estadual para contrapartidas (em torno de 10% do investimento federal) e pendências no Tribunal de Contas da União, que segurou a liberação dos repasses por suspeita de sobrepreço.

"Não tinha sentido inaugurar 45 km de canal, botar água dentro e não dar finalidade a ela", disse Fireman.

O projeto prevê 250 km de canal, entre os municípios de Delmiro Gouvêia, no sertão, e Arapiraca, no agreste, com uma vazão máxima de 32 metros³/seg de água. A obra foi iniciada em 2002, mas ganhou impulso a partir de 2007, com a inclusão do canal no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Segundo o secretário, à medida que a obra do canal avança pelo sertão, ela deverá atrair agroindústrias de produção irrigada de frutas, como laranja.

Nesta primeira etapa, o foco será o pequeno produtor, além de fornecer água para consumo.

O governo do Estado disse que já cadastrou as 470 famílias que irão receber os lotes, com um contrato de concessão. Os 3.200 hectares irrigados pelo canal serão desapropriados pelo governo para assentar as famílias.

sábado, 23 de abril de 2011

Acidente na transposição

14h34 Sexta-Feira, 22 de Abril de 2011
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Pedra de 18 toneladas cai sobre jumbo no maior túnel da transposição
Pedra de 18 toneladas cai sobre jumbo no maior túnel da transposição
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Uma pedra de aproximadamente 18 toneladas caiu sobre uma máquina que trabalha na escavação do túnel da transposição do Rio São Francisco e quase provocou uma tragédia. O caso aconteceu por volta das 11h30 desta quarta-feira (20), no ‘Cuncas I’ em São José de Piranhas.

Segundo informações de funcionários, a rocha desabou por cima do vidro do jumbo. Um operário que trabalha na obra há oito meses contou ao Radar Sertanejo que esse foi o maior susto sofrido pelas equipes que se revezam no serviço.


Depois do susto, a pedra foi removida e os funcionários foram dispensados até a próxima segunda-feira.


O túnel ‘Cuncas I’ já vai com 632 metros de escavação serra adentro na desembocadura que fica localizada em São José de Piranhas. Enquanto isso, a perfuração também segue na embocadura, no município de Mauriti (CE). A extensão total é de 15.444 metros, tornando este o maior túnel da América Latina.


Radar Sertanejo

De Chernobyl a Chorrochó - Terra - Política

De Chernobyl a Chorrochó - Terra - Política

domingo, 27 de março de 2011

Monitoramento das áuas do São Fancisco

Transposição do São Francisco terá monitoramento automático do volume de água para partilha entre os estados

24 mar
fonte: Gilberto Costa/ Agência Brasil

Canais projetados da transposição do rio São Francisco


Os 27 reservatórios que receberão as águas transpostas do Rio São Francisco e as nove estações de bombeamento da obra terão um sistema automático e integrado de monitoramento que permitirá o acompanhamento do volume de água em cada ponto e o eventual remanejamento das áreas mais cheias para as áreas mais secas.
Um centro de controle de operação interligará a tomada de água, os pontos de mudanças de direção dos canais, e a entrada em cada portal do estado para destinar o volume excedente para reservatórios estratégicos.
“Teoricamente, a vazão será dividida igualmente entre os estados [Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará], mas pode ocorrer de um estado ter água mais que suficiente em seu território em um determinado período e outro não ter o suficiente”, explica Elianeiva Odísio, coordenadora dos programas ambientais do Projeto de Integração do Rio São Francisco, ao dizer que nessas condições o futuro órgão gestor do projeto fará contato com os estados para efetuar a transferências.
“O regime hídrico na região não se comporta igual em todos os lugares. Pode ter períodos em que há chuva no Ceará, mas não tem em Pernambuco; ou tem seca no Rio Grande do Norte, mas não tem na Paraíba”, informa a coordenadora assinalando a necessidade do mecanismo de monitoramento e da tecnologia de transferência entre reservatórios.
O sistema funcionará nos dois eixos da transposição. O Eixo Norte, com 402 quilômetros (km), levará água captada em Cabrobó (PE) para os rios Salgado e Jaguaribe, no Ceará; Piranhas-Açu, na Paraíba e Rio Grande do Norte; e Apodi, também no Rio Grande do Norte. Segundo o projeto, os volumes excedentes serão armazenados em reservatórios estratégicos existentes nas bacias receptoras: Chapéu e Entre Montes (PE); Engenheiro Ávidos e São Gonçalo (PB); Atalho e Castanhão (CE); Armando Ribeiro Gonçalves, Santa Cruz e Pau dos Ferros (RN).
No Eixo Leste, com 220 km, a captação será feita no lago da Barragem de Itaparica (município de Floresta-PE), e será levada até o Rio Paraíba (PB). Parte da vazão será transferida antes nas bacias dos rios Pajeú e Moxotó, em Pernambuco, estado onde ainda haverá um ramal para a bacia do Rio Ipojuca. O excedente de água será transferido para reservatórios de Poço da Cruz (PE) e de Epitácio Pessoa (em Boqueirão, PB).
Segundo cronograma do Ministério da Integração Nacional, a obra de transposição do Rio São Francisco será concluída no Eixo Leste no final de 2012; e no Eixo Norte no fim de 2013. A obra de transposição do São Francisco teve início no primeiro mandato do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sofreu resistência, principalmente, nos estados doadores, Minas Gerais, Bahia, Sergipe e Alagoas. O licenciamento ambiental, feito pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), foi objeto de ações judiciais movidas pelo Ministério Público e por organizações sociais.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Cortes no Orçamento não afetarão as obras no Nordeste

CORTES ATINGIRÃO EMENDAS, MAS TRANSNORDESTINA E TRANPOSIÇÃO SERÃO PRESERVADAS, DIZ MINISTRO DA INTEGRAÇÃO


* Economia,
* Pernambuco,
* Regional

por Redação Portal Belmonte

O corte de R$ 1,8 bilhão no orçamento do Ministério da Integração Nacional não preocupa o ministro da pasta, Fernando Bezerra, como informa a Agência Brasil. Segundo ele, as medidas anunciadas pelo governo federal, prevendo cortes de R$ 50 bilhões, no total, não afetarão as áreas de defesa civil nem os recursos destinados ao desenvolvimento das regiões Norte e Nordeste.


“Esses cortes não afetam a Secretaria Nacional de Defesa Civil. Fora desse âmbito, o corte de R$ 1,8 bilhão [previsto pelos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Míriam Belchior, da Fazenda e do Planejamento] será muito em cima de projetos apoiados por emendas parlamentares. Mas o detalhamento mesmo nós só vamos ter ao longo desta semana”, disse ele após participar do programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC Serviços.


Segundo Fernando Bezerra, o ministério tinha, na Lei Orçamentária Anual, uma previsão de gastos da ordem de R$ 4,6 bilhões. Com os cortes, a programação passou a ser de R$ 2,8 bilhões.


“O importante é destacar que foram preservados recursos da Ferrovia Transnordestina, da transposição [do Rio São Francisco]; enfim, todos os projetos contemplados dentro do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] e os recursos para o desenvolvimento da Amazônia e do Nordeste foram preservados. Isso confere a prioridade que a presidenta Dilma tem assegurado para o Nordeste e para o Norte do Brasil”, acrescentou.


No caso da transposição do Rio São Francisco, Bezerra reiterou a previsão de que, até o final de 2012, o Eixo Leste – que capta água na altura de Petrolândia (PE), região da Represa de Itaparica, e segue até a Paraíba – esteja concluído.


Já o Eixo Norte – que faz captação em Cabrobró (PE) e avança na direção do Ceará, passando pelo oeste da Paraíba e pelo Rio Grande do Norte – deverá ficar pronto no final de 2013.


Fonte: Elba Galindo

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Frutas do São Francisco

Frutas do São Francisco

São Francisco na agenda da Presidenta Dilma

São Francisco na agenda de Dilma
Celso Calheiros
19 Fev 2011, 00:00


Lula e Dilma, com governador Eduardo Campos (PE) , detonam dinamites para abertura dos canais da transposição (foto: Ricardo Stuckert/ Presidência)
Recife - A maior obra de engenharia em andamento no Brasil continua rasgando solo, abrindo a Caatinga, criando reservatórios e pequenas hidrelétricas. A transposição do rio São Francisco conta com o entusiasmo do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), e do seu padrinho político, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Ambos participam nesta segunda-feira, dia 21, da primeira reunião com os governadores nordestinos que a presidente da República, Dilma Rousseff, realiza em Aracaju (SE). Na pauta, os investimentos na região. A polêmica obra de transposição deve ser destaque na pauta.


Não poderia ser diferente. Trata-se de um empreendimento colossal, com a construção dos canais Norte e Leste, estações elevatórias, aquedutos, túneis, obras de engenharia pesada por 390 municípios em quatro estados, com o objetivo oficial de garantir o abastecimento de água para 12 milhões de brasileiros, em 2025.


A licença de instalação concedida março de 2007, depois da análise do EIA/Rima, levou o Ibama a pedir várias medidas, planos, programas, ações mitigadoras e compensatórias (estão lá no processo 02001.003718/94-). As solicitações do órgão ambiental foram organizadas em 32 Projetos Básicos Ambientais (PBAs). Esses requisitos se tornaram necessários para o andamento das obras seguindo o que determina a legislação ambiental.


Os PBAs estabelecidos na licença de instalação concedida pelo Ibama, estão sendo executados, mas alguns especialistas ouvidos por esta reportagem criticam a timidez dos investimentos.


A relação do Ibama pede desde educação ambiental para as populações que serão afetadas pelos canais, como acompanhamento no reassentamento das populações atingidas, apoio técnico às prefeituras, desenvolvimento das comunidades indígenas, prevenção à desertificação, recuperação de áreas degradadas e conservação de fauna e flora.


Educação ambiental 



Ficha do governo com informações do projeto. Clique para baixar alta resolução (fonte: Ministério da Integração Nacional)


 Ficha do governo com informações do projeto. Clique para baixar alta resolução (fonte: Ministério da Integração Nacional)
Os investimentos em educação ambiental tem entre seus objetivos formar agentes multiplicadores através da capacitação de personagens-chaves, como educadores, trabalhadores nos canteiros de obras e agentes de saúde, por exemplo. No entanto, a informação difundida aprofunda o debate sobre o uso dos recursos hídricos e sobre o próprio Rio São Francisco, testemunha um biólogo, que preferiu se afastar do trabalho junto às comunidades diretamente afetadas pela obra.


O sociólogo Rodrigo Tavares, técnico do Centro Cultural Luiz Freire, também critica a pequena capacitação dos agentes multiplicadores. “Prometeu-se uma ação mais efetiva, mas apenas 20% do acertado estão sendo colocado em prática”, calcula Rodrigo Tavares. Ele também critica a falta de diálogo com as comunidades envolvidas, em especial indígenas e quilombolas, povos tradicionais do semiárido nordestino.


Trinta e três povos indígenas, que vivem ao longo do São Francisco, protestam contra mais uma ação no rio-mar. “O rio é pai e mãe das nações indígenas”, declara o cacique Neguinho Truká. O cacique Cícero Tumbalalá reclama da falta de diálogo. “Com conversas, poderíamos buscar soluções melhores fora da transposição”. Diferentes protestos foram liderados pelos indígenas sertanejos.


Nova cultura


As comunidades ribeirinhas do rio São Francisco (foto Marcelo Lyra/ABr)
Alguns problemas são apontados pelo sociólogo como colaterais. Com grandes empreiteiras em atividade na região, o técnico do Centro Luiz Freire Rodrigo Tavares verificou uma migração do jovem agricultor para o trabalho nas empreiteiras responsáveis pelas obras da transposição e de construção da ferrovia transnordestina. “Logo, ele está se afastando da atividade rural e procurando as novas oportunidades nas cidades”, explica.


O movimento é testemunhado por Pedro Fernando dos Santos, educador e militante quilombola da comunidade de Santana. Ele conta que as frentes de trabalho afastaram homens e mulheres das roças de feijão, coentro e cebola. O traçado do canal no eixo Norte também prejudicou a criação de caprinos. “Antes os animais eram criados soltos, mas os canais tornaram as áreas de pastagens inacessíveis”, explica Pedro Fernando dos Santos.


As críticas avançam em novos campos. O engenheiro agrônomo da Fundação Joaquim Nabuco, João Suassuna, aponta para o nível de expectativa dos agricultores do semiárido paraibano, crédulos de que a solução dos problemas da estiagem está no acesso a água puro e simples. Suassuna lembra que a agricultura no semiárido obedece a princípios que serão alterados. As mudanças precisam vir acompanhadas do trabalho de extensão agrícola, que será obrigatória para o sucesso da integração das bacias. Essa medida está prevista no PBA-16, de fornecimento de água e apoio técnico para pequenas atividades de irrigação ao longo dos canais para as comunidades agrícolas.


Recuperação de área degradadas


Projeto da transposição prevê recuperação de áreas degradadas (foto: Agência Brasil)
Nem tudo são críticas. O professor José Alves de Siqueira, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), soube ler na crise a oportunidade de fazer pesquisa de qualidade. Ao tomar conhecimento que seria executado um trabalho de revitalização do Rio São Francisco antes de se iniciar as obras da transposição, apresentou um projeto e conseguiu montar o Centro de Referência para Recuperação de Áreas Degradadas da Caatinga (Crad).


O trabalho do Crad da Caatinga é pioneiro, conseguiu dados inéditos, um acervo de 3 milhões de sementes e conhecimento sobre o único bioma exclusivamente brasileiro. Ainda assim, mesmo trabalhando em apoio a projetos ligados às obras de integração da bacia do São Francisco com outros rios no Nordeste Setentrional, o professor José Alves vê problemas graves. Por exemplo: a cada ação de desmatamento para abertura de um canal, por exemplo, a empreiteira responsável deve executar um Programa de Restauração da Área Degrada. Nesses programas, José Alves afirma que raras vezes são plantadas vegetação da caatinga e são comuns as gramíneas ou espécies exóticas.


O Ministério da Integração rebate as críticas por atacado ou de forma identificada. A coordenador geral de programas ambientais, Elianeiva de Queiroz Viana Odísio, está no projeto desde janeiro de 2004, e responde pelos PBAs. Ela detalha que alguns programas são executados com parceiros como a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e a própria Univasf, e outros são executados por empresas contratadas. Em uma declaração: “Todos os programas estão sendo executados adequadamente de acordo com o objetivo e o cronograma proposto”.


Aspectos como as mudanças que ocorrerão com a forma de plantar do agricultor são rebatidas. O argumento utilizado são os projetos de infraestrutura propostos na obra e os PBAs em execução. Ou mesmo a mudança do perfil do trabalho, que atraiu os jovens para as grandes obras não são considerados. “As obras aumentaram a oferta de emprego e melhoraram as condições de trabalho no meio rural da região. Sendo assim, não haverá o abandono da atividade rural, muito pelo contrário, haverá o crescimento, principalmente quando os canais do São Francisco estiverem em funcionamento”.


O governo federal não está sozinho. Entre as populações de municípios distantes do Rio São Francisco, que terão seus rios perenizados, muitas expectativas. O advogado e jornalista Fernando Valença é entusiasta de primeira ordem e defende a transposição em qualquer fórum. Seus argumentos, no entanto, são os mesmos divulgados pelo Ministério da Integração Nacional. O padre Djaci Brasileiro, de Monteiro, Paraíba, é outro defensor da obra. Ele utiliza como principal ponto a esperança de que a água altere a realidade do semiário paraibano.






Fotografia
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sábado, 19 de fevereiro de 2011

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Peixamento na foz do Velho Chico

4/02/11 18:41

Codevasf repovoa foz do Rio São Francisco com um milhão de peixes

 
Crianças participaram do lançamento de peixes no rio São Francisco
Assessoria 5ª SR Codevasf
Crianças participaram do lançamento de peixes no rio São Francisco

A foz do rio São Francisco, situada entre os municípios de Piaçabuçu (AL) e Brejo Grande (SE), recebeu no domingo (13) a inserção de um milhão de alevinos de espécies nativas do “Velho Chico” durante as comemorações da Festa de Bom Jesus dos Navegantes do município alagoano. O peixamento foi realizado pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) dentro das ações do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco em parceria com a Prefeitura Municipal de Piaçabuçu.
O peixamento ocorreu em pontos próximos a Colônia de Pescadores Z-19 e ao porto da balsa que liga Piaçabuçu (AL) à Brejo Grande (SE). Entre as espécies inseridas no rio São Francisco estão o curimatã pacu, a xira e o piau, todos produzidos no Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Itiúba (Ceraqua São Francisco), centro tecnológico da Codevasf situado no município de Porto Real do Colégio. Os peixes inseridos no domingo (13) deverão estar aptos para consumo em aproximadamente um ano.
“Esse peixamento que realizamos todos os anos no Bom Jesus de Piaçabuçu é fundamental para o equilíbrio ecológico da foz do São Francisco. Nossos pescadores reclamam constantemente da falta de peixes. O rio está seco com o assoreamento em alguns trechos e a população tem sofrido com a escassez de vida no Velho Chico”, declarou a secretária municipal de Meio Ambiente de Piaçabuçu, Maria Geilma Feitosa. Segundo a secretária, a prefeitura pretende tornar tradição durante a festa de Bom Jesus dos Navegantes os peixamentos na foz do São Francisco.
O superintendente regional da Codevasf em Alagoas, Antônio Nélson de Azevedo, que esteve presente ao peixamento, comemorou o sucesso de mais um peixamento promovido pela Codevasf na bacia do rio São Francisco. “Muitos pescadores têm nos procurado para comentar o aumento na oferta de peixes após as ações de peixamento. Isso para nós é bastante gratificante, pois significa a colheita dos frutos do trabalho de revitalização do São Francisco executado pela Codevasf”, afirmou.
Já o chefe de gabinete da Prefeitura de Piaçabuçu, Chico Dantas, que representou o prefeito Dalmo Santana no peixamento, mostrou-se satisfeito com os resultados da parceria entre Codevasf e poder público municipal para repovoamento da região da foz do São Francisco.
“Algumas pessoas enxergam somente a festa que é realizada em torno do peixamento e não entendem a magnitude dessas ações para a vida no rio. Piaçabuçu é um município que possui uma atividade expressiva de pesca artesanal. Muitas famílias sobrevivem por gerações do pescado retirado do São Francisco. Então, quando a Codevasf coloca um milhão de peixes no rio, ela traz renda e alimento para essa população”, declarou.
Chico Dantas ainda confirmou a realização de outros peixamentos nas próximas edições da Festa de Bom Jesus dos Navegantes de Piaçabuçu, mantendo a tradição de prestigiar o protetor dos navegantes com mais vida no rio São Francisco.
 

por Assessoria 5ª SR Codevasf